Intertextualidade




Segundo Bakhtin, filósofo e estudioso da linguagem, a relação dialógica entre pelo menos dois textos. Um texto está sempre dialogando com outros. 


Exemplos de diálogos entre textos em músicas: 

Trecho do romance "O Primo Basílio", de Eça de Queirós:


"…tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"



 "Amor I Love You", de Marisa Monte:


"Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver
Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passei no tempo, caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
É um espelho sem razão
Quer amor, fique aqui
Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
E o amor que está aqui
Amor I Love You
Amor I Love You
Amor I Love You
Amor I Love You
Amor I Love You
Amor I Love You
Amor I Love You
Amor I Love You
'…tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saída delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!'"


Ai que Saudades da Amélia", de Mário Lago:


"Nunca vi fazer tanta exigência
Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
E quando me via contrariado dizia
Meu filho o que se há de fazer
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia que era mulher de verdade"



"Desconstruindo Amélia", de Pitty.


"Já é tarde, tudo está certo
Cada coisa posta em seu lugar
Filho dorme, ela arruma o uniforme
Tudo pronto pra quando despertar

ensejo a fez tão prendada
Ela foi educada pra cuidar e servir
De costume esquecia-se dela
Sempre a última a sair

Disfarça e segue em frente
Todo dia, até cansar
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa,
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é um também

despeito de tanto mestrado
Ganha menos que o namorado e não entende o porquê
Tem talento de equilibrista
Ela é muitas, se você quer saber

Hoje, aos trinta, é melhor que aos dezoito
Nem Balzac poderia prever
Depois do lar, do trabalho e dos filhos
Ainda vai pra night ferver"


Atividades:





Disponível em: <http://www.hortifruti.com.br>

 

Questões sobre o texto:

 

1) A que gênero pertence?

2) De que forma ele foi construído? Explique:

 3) Qual o objetivo de quem o produziu? A que público se destina?

 4) Justifique o emprego do sinal de aspas, em:

“O SUCESSO NÃO ME FEZ PERDER A CABEÇA”

Por Denyse Lage Fonseca
Graduada em Letras e especialista em educação a distância.



Disponível em https://acessaber.com.br/atividades/atividade-de-portugues-intertextualidade-ensino-medio/#more-7510


Comentários